Psicoterapia na prática

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Quando se fala de atendimento clínico psicoterapêutico, se está abraçando o exercício da prática clínica com base científica na Psicologia, lembrando que a Filosofia, Sociologia e Antropologia também amparam o entendimento sobre os comportamentos humanos. Comportamentos esses passíveis de identificação, análise e modificação a partir da infância e que vão percorrendo todo o período de desenvolvimento humano, passando pela adolescência, fase adulta e velhice.

No que se refere ao atendimento psicoterapêutico de crianças, a fase é convidativa devido ser o momento da formação dos primeiros vínculos afetivos e de interações sociais, percepção de sensações, desenvolvimento de toda a condição biológica, funções executivas cerebrais, estimulação e refinamento da psicomotricidade, linguagem e cognição. Ressalta-se que a psicoterapia é relevante para crianças com desenvolvimento típico e atípico onde em alguns casos há necessidade do trabalho com uma equipe multidisciplinar.

No que se refere à minha prática clínica, é realizado o atendimento de crianças a partir dos cinco anos de idade e no formato presencial. São propostas diversas atividades lúdicas como desenhos, pinturas e colagens projetivas, leituras e interpretação de histórias, elaboração e realização de teatro com bonecos, jogos que envolvem análise numérica e raciocínio lógico, dentre outros, todos respeitando a idade e habilidades já apresentadas pela criança. É importante frisar que o atendimento desse público só é possível com a parceira e engajamento dos pais ou responsáveis pelo cliente, pois com alguma frequência eles são convidados para sessões de orientação e feedback, já que o apoio desses adultos é fundamental para atingir os resultados positivos tão esperados e promover a qualidade de vida emocional desejada para o então super jovem ser humano.   

Quando se fala do atendimento de adolescentes, fase essa repleta de novas experiências emocionais, sociais e de transformações biológicas, a prática clínica aborda vários temas, como sexualidade, orientação sexual, orientação profissional, ansiedade, depressão, transtornos de personalidade e muitos outros assuntos ou queixas que permeiam este período de profunda reflexão, identificação de características da personalidade já mais estabelecidas e que irão dar suporte ao processo de tomada de decisões e aquisição de responsabilidades em maior grau.

Por conseguinte, a vida adulta começa a se estabelecer e com ela todas as variáveis ambientais também se apresentam com seus vários níveis de desafios. Sim, a vida demanda e muito, e por este motivo, o processo de autoconhecimento é fundamental. Trazer à luz questões da história de vida, momentos marcantes desse histórico, padrões comportamentais funcionais e disfuncionais desenvolvidos até o momento e como se quer conduzi-los, manter ou rever relações familiares, conjugais e sociais, são muito frequentes no processo psicoterapêutico dos adultos. O entendimento sobre autoestima, autoimagem, autoconfiança, propósito de vida, trabalho, carreira, transtornos de personalidade, distúrbios alimentares, déficit de atenção com ou sem hiperatividade, dificuldades de sociabilidade, sexuais, de gestão financeira, ansiedade, depressão com seus respectivos níveis de intensidade e frequência, são geralmente assuntos que também permeiam a verbalização dos clientes nesta fase da vida e a psicoterapia elucidará o momento e caminhos que facilitarão a condição existencial do cliente.

Ao se falar especificamente da psicoterapia de casal, ela pode ser conduzida tanto em sessões individuais com cada cônjuge e eventualmente a psicoterapeuta e o casal estarão na mesma sessão como o contrário também é possível, sessões a três e eventualmente serem realizadas sessões individuais. Na minha prática clínica vivenciada até o momento o primeiro formato é o mais escolhido pelos casais.

Por fim, a busca do bem-estar emocional não se limita e quando a velhice se apresenta ou quando se pensa nela como projeção de futuro, outros desafios existenciais terão espaço, como se o indivíduo irá querer se manter funcional e de que forma, se terá alguma atividade que ainda traga renda ou não, quais as questões que podem aparecer sobre a finitude da vida uma vez que o corpo responde com menor vitalidade biológica. Nesta fase a vida começa a ser “passada a limpo” e as reflexões são de extrema profundidade e fundamentais.  

Reforçando o conhecimento, então o que é Psicoterapia? É o processo de autoconhecimento consciente e de modificação de comportamento realizado através de comunicação verbal descritiva entre o profissional Psicólogo e cliente em ambiente amparado pelo sigilo ético, onde o psicoterapeuta,  baseado na análise psicológica funcional de contingências, história de vida do respectivo cliente,  análise das condições dos ambientes social-afetivo e social, sentimentos, pensamentos, repertório comportamental e habilidades adquiridas ao logo da vida, mediará o aprendizado do cliente no manejo comportamental e emocional de suas circunstâncias existenciais positivas/funcionais/desejáveis ou negativas/disfuncionais/indesejáveis  para curto, médio e longo prazo. 

Clàyane Freittas

Clàyane Freittas

CRP: 01/22124

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